segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Neurociência e o paradoxo Idealismo-Materialismo


Em filosofia existem duas grandes vertentes para interpretar a realidade. A primeira vem a ser o Idealismo, derivada dos diálogos do filósofo grego Platão, que concebe a verdadeira realidade como somente sendo acessada através do “Mundo das Idéias”. Já a visão Materialista Dialética Histórica, desenvolvida mais propriamente pelo sociólogo Karl Marx, postula que o pensamento é criado a partir das relações que estabelecemos com o concreto, logo, a realidade depende do material.
Peço já desculpas aos filósofos interanautas, pois tenho certeza que minha descrição está bastante limitada, mas meu objetivo aqui não é discutir filosofia propriamente dita, mas demonstrar que estas duas visões são completamente opostas uma à outra... Ou será que não?
A questão mente(idealista)-cérebro(materialista) vêm demonstrando que esta separação está equivocada, pois, apesar de todo fenômeno ser material, ainda assim a vertente materialista não está totalmente correta, nem tampouco a idealista.
As evidências neurocientíficas estão demonstrando que não há nenhuma “alma inteligível” (ou “Fantasma da Máquina”, numa linguagem mais atual) que acessa o “Mundo das Idéias” e interpreta a realidade (como diriam os idealistas clássicos), nem que nosso cérebro é uma “tábula rasa” passiva à percepção da concretude material externa (segundo os materialistas embasados em Marx). A “matéria” que cria a “idéia”, não está fora do corpo humano, afinal, de nada adiantaria existir uma pedra, se nosso cérebro não respondesse processando ativamente a informação acerca da existência da pedra, um processamento que envolve neurotransmissores, que são a real matéria das nossas idéias.
Neste nível mais fundamental, podemos concluir que “idéia” e “matéria” não são coisas diferentes, nem que estão “profundamente interligadas”... São óbvia e simplesmente a mesma coisa!

2 comentários:

  1. Continue apresentando suas reflexões. Não deve existir compromisso com a "verdade" mas com a busca dela. Também gosto de estimular. Roberte Metring (blog.psicologoroberte.com.br)

    ResponderExcluir
  2. mesmo hoje em dia é especialmente difícil as pessoas verem o que antes era attribuído a uma alma imaterial como algo proveniente da própria matéria. Eu tento expor a mesma idéia que vc no meu blog.

    ResponderExcluir